O caso de uma paciente de 72 anos da cidade de Minaçu, no norte de Goiás, é a comprovação de como um sistema integrado de regulação é o mais adequado para a gestão de vagas na rede pública de saúde. Isso porque ela já esperava pela liberação de uma vaga de UTI coronária no sistema de regulação de Goiânia e só conquistou um leito depois da intervenção do Complexo Regulador Estadual (CRE), órgão da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás, sob a administração do Instituto de Gestão Por Resultados (IGPR).
Por solicitação
do Secretário Municipal de Saúde de Minaçu, Walclair Guerra, o Diretor Técnico
do CRE, Dr. Genésio Pereira, iniciou a busca por uma vaga nos hospitais de
referência estadual.
Enquanto a Central de Regulação de Goiânia não conseguiu a liberação de um
leito, o CRE encontrou uma vaga para UTI coronária em 16 minutos no Hospital
Nasr Faiad em Catalão.
Sistema interligado
Genésio explica que isso só foi possível graças ao sistema integrado que o CRE faz uso, o SERVIR – Sistema Estadual de Regulação de Vagas Integradas à Rede. “Ele me permite tentar as vagas em uma região e, se não eu conseguir, posso deslocar esse pedido para um Hospital de outra região para garantir o atendimento ao paciente. Transferir um paciente para uma região que não seja a referência do município nem sempre é a situação ideal, mas nos preocupamos não só com o processo da regulação em si, mas com toda a questão social que envolve essa transferência: se a família do paciente aceita a vaga mesmo sendo fora da referência, se a família tem como se manter no município, se o município tem condições de transportar a paciente até a unidade. Nestes casos, acima de tudo está a vida da paciente que já aguardava atendimento”, lembrou.
A paciente em questão, além de sofrer com um bloqueio atrioventricular total – que demanda a instalação de um marca-passo; também apresentava um quadro de pneumonia. Agradecido, Walclair Guerra, secretário municipal de saúde de Minaçu, diz que a vida dela foi salva graças a intervenção do CRE. “Quero agradecer muito porque não é a primeira vez que o CRE nos socorre”, disse.
Minaçu está a 530 km de Goiânia mas, segundo Walclair, a Capital não tem conseguido dar conta da demanda, colocando vidas em risco. “Toda hora recebemos mandados judiciais porque a regulação de Goiânia não nos dá esse suporte. Os municípios pequenos estão sofrendo. Os pacientes estão morrendo aguardando vagas”, contou.
Cobertura do CRE
Minaçu faz parte da Regional de Saúde Norte que conta com 13 municípios e que ainda não está interligada ao SERVIR. De acordo com o secretário Walclair Guerra, isso não ficará assim por muito tempo. “Eu quero que a região faça parte, gostaria de avançar nisso porque é onde estou tendo respaldo. É com o CRE. Não fiz a solicitação ainda porque vamos levar esse tema a pauta da CIR – Comissão Intergestora Regional em janeiro”, relatou.
Já Catalão, onde está a Unidade Nasr Faiad, faz parte da Regional de Saúde Estrada de Ferro. O CRE já é responsável pela regulação da região desde agosto de 2019. Além da Estrada de Ferro, o CRE atua nas regiões Entorno Sul, Rio Vermelho e Sudoeste 1 e 2. No total, 107 municípios já contam com o SERVIR integrando as vagas e garantindo mais agilidade para os pacientes que precisam de transferência para leitos de urgência e emergência da rede pública de Goiás.
Para ampliar a presença do CRE para outros municípios, é necessário um pedido formal junto à SES-GO pelos próprios gestores de saúde municipais.